quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VINHO NOVO

                                                                                                  “Não se põe vinho novo em 
                                                                                                   odres velhos...” (Mt 9.17).


Há uma censura desvelada de Jesus ao formalismo judeu-farisaico quanto à observação da lei em contraposição à graça (Jo 1.17). A figura do vinho novo em recipientes velhos é bem emblemática. Diz-nos, entre outras coisas, que a força da graça, que vivifica, suplanta a letra fria da lei, que mata. Diz Paulo, em        2Co 3.6, que “a letra mata, mas o espírito vivifica”. “Mata porque, de si mesma não pôde dar vida” (Cf. At 13.39). A lei apenas conscientiza o homem do seu pecado (Gl 3.21-25; 1Tm 1.9). A graça traz vida nova ao que crê.

Os odres eram feitos com couro de cabra. Usavam-se como depósitos de líquidos. Se neles se pusesse vinho novo, logo perderiam sua elasticidade e estourariam, por não suportarem a fermentação. Qual é o ensino de Jesus aqui? É que a graça de Cristo não pode ser contida nas velhas formas da lei. O pecado não resiste à graça, não a suporta. A graça destrói o pecado. É a nova vida em Cristo – é nova criação, resultante do encontro do pecador com o Redentor.

Quando Deus e o homem se encontram, num “novo homem”, ambos se conservam numa realidade nova. Essa nova realidade torna-se ambiência adequada para o Divino viver no humano. A Bíblia chama essa nova condição de novo nascimento (Jo 3.3), nova vida, vida eterna, salvação, nova criação, vida na luz, vida pela graça, vida no Espírito, entre outras expressões.

Tudo é novo no viver em Cristo. O que era medo cessa; o que era dúvida dissipa-se; o que era indefinição encontra rumo certo, com uma nova visão de vida e de mundo; o que era estagnação converte-se em determinação; o que estava perdido reencontra o caminho; o que era pecado recebe o perdão; trevas profundas rendem-se à luz; o que era morte converte-se em vida.

Essa nova realidade põe em contraposição a velha vida com a nova vida em Cristo. Diz Paulo, em 2Co 5.17, que “as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Paulo alude à frouxidão moral marcante entre os coríntios e lembra aos convertidos a Cristo que não entrarão no reino de Deus os que vivem em licenciosidade moral. E arremata: “Tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1Co 6.9-11). Fostes, é passado!

Todos aqueles que estão em Cristo são recipientes novos, em que a graça de Cristo se acomoda e realiza seu propósito.


Nenhum comentário:

Postar um comentário