“Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Êx 14.15).
Por que me pedes para fazer o que eu já fiz?, parafraseie-se. O mar se abrirá a partir do momento em que os nossos pés pisarem o caminho da fé. A rigor, para Deus, a quem clamamos, o mar já está aberto.
Mares são, por vezes, males que imaginamos ou criamos. Imaginamos. Não os vemos. E não os vemos porque não são produto da fé, mas da falta de fé. Fé, para o autor da carta aos Hebreus, “é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem” (Hb 11.1).
Fé é entendimento, mas é, também, experiência. A Moisés conviria não interromper a marcha da libertação, mas experimentar, com o povo peregrino, a monumental vitória na travessia do Mar Vermelho, rachado ao meio, feito caminho em que se poderia andar a pé enxuto (Êx 14.29).
Endurecer-se-ia o coração de Faraó? Sim. Deus mesmo o faria, até para agigantar a vitória do bem sobre o mal – “Saberão os egípcios que eu sou o Senhor” (Êx 14.4). A Faraó restaria perguntar, em tom de espanto: “Que é isto que fizemos, permitindo que Israel nos deixasse de servir?” (5). Mas não foi Faraó quem permitiu. Foi Deus quem determinou a saída de seu povo do cativeiro.
Moisés e o povo estavam calçados numa palavra divina, na sarça que ardia e não se apagava (Êx 3) – “Eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (10). O “EU SOU” comissionou Moisés (14). Agora o líder se habilita a falar ao povo: “Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis” (Êx 14.13, 14). Lembra-nos, em nossa realidade, 1Co 10.13 – Deus não nos dará provação acima do que possamos suportar. E Ele mesmo proverá livramento.
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