Christian Schwarz escreveu um livro que tem tudo para ser revolucionário: O desenvolvimento natural da Igreja. Trata-se de um “guia prático para cristãos e igrejas que se decepcionaram com receitas mirabolantes de crescimento”. Cerca de 1.000 igrejas, em 32 países, foram pesquisadas.
De começo, parece um trabalho coerente por sua abrangência. Depois, por abordar o “desenvolvimento natural”. Uma frase em destaque: “Muitos conceitos de crescimento de igreja só se fixam nos frutos, mas não levam em conta as raízes que, de fato, produzem esses frutos”.
Schwarz faz-nos lembrar André Manaranche, em Creio em Jesus Cristo Hoje, ao evocar a linguagem agrária do Mestre Jesus, em seus ensinos, nos Evangelhos.
É aprazível pensar nas “raízes que produzem frutos”. De Igrejas e de cristãos, individualmente. Lembra-nos a famosa Parábola do Semeador (Mt 13.1-8, 18-23). O juízo não recai sobre a semente, mas sobre o tipo de solo. Este, sim, contribui para a vida ou para a morte da semente.
Três tipos de solos (à beira do caminho, entre pedras e sob espinhos). Nenhum dos três produziu. Só a boa terra. Nenhum dos três criou raízes. Não se fala da “idade” da semente ou do solo. Fala-se de qualidade. É possível produzir ou não produzir, se houver onde fincar raízes.
Crentes, mesmo antigos, podem não produzir; porque o problema não é tempo, é valor. A questão é saber onde nos “plantamos”, em que se alicerça nosso modelo de vida e de crença. Se nossas raízes estão plantados no solo profundo do Evangelho de Cristo ou em modelos calcados em convenções puramente humanas.
É por aí que podemos aferir quem, de fato, somos.
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