“O que eu faço não o sabes agora;
compreendê-lo-ás depois” (Jo 13.7)
Terminado o ministério público de Jesus (João 1 a 12), inicia-se o chamado ministério particular (João 13ss), em que o Senhor se reservou especialmente para os seus discípulos. E não poderia começar de forma mais condizente com a missão de que eram incumbidos: com uma lição de humildade. Jesus lava os pés aos discípulos. E Pedro estranhou: “Nunca me lavarás os pés”, ao que Jesus retrucou: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (8).
Para cristãos ainda orgulhosos, soberbos, nada mais intrigante que se curvar diante da gente simples, aquela mesma por quem Jesus deu a própria vida. E mais: lavar pés empoeirados, encardidos, malcheirosos... É apenas uma representação. O Santo desceu para purificar pecadores, lavá-los, não com água, mas com o seu precioso sangue. É assim, limpo, que o pecador tem parte com o Senhor. Dessa forma entendido, Pedro lhe pediu: “Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça” (9) – ele todo!
Dois ângulos pelos quais podemos enxergar esse ato do Senhor: 1) É certo que nem sempre entendemos a forma de Deus agir em nossa vida, pois Ele age num nível acima de nossa percepção. E nos fazemos resistentes ou incrédulos. Mas Deus não tem de nos dar as explicações que queremos. Deus é soberano para agir. Deus apenas age, com sua misericórdia, seu inarredável amor, seu cuidado, a grandeza de seus feitos, os projetos que tem para as nossas vidas (Jr 29.11). Não entendemos sofrimentos, aflições, frustrações, temores, tantas coisas mais não entendemos. Mas Deus sabe aonde quer nos levar. 2) É certo que Deus, agindo como Deus, levará tudo a bom termo. Que fazer? Deixar que Ele aja em nossa vida. É o melhor que temos a fazer. Deus tem os mais elevados propósitos para os seus filhos. O Deus que geriu o nosso passado, dirige o nosso hoje e nos está conduzindo para um amanhã de bênçãos, de paz, de felicidade. Seus pensamentos e seus caminhos são diferentes dos nossos (Is 55.8). Então, é deixar Deus agir. Ele sabe o que é melhor para nós.
Podemos descansar na certeza de que Ele nos ama com um amor sem medida. Suas misericórdias não têm fim, pois que se renovam na alvorada de cada novo dia (Lm 3.22, 23). Há lágrimas tremulando num semblante angustiado? Há um olhar perdido num horizonte indefinido? Está inquieta a nossa mente e ansioso o nosso coração? Tremem nossas mãos e fraquejam nossas pernas? Cedemos e nos curvamos ante uma dúvida atroz?
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