sábado, 1 de outubro de 2011

DEUS, ONDE ESTÁS?



          Foi esta a pergunta do conhecido poeta baiano, Castro Alves, na monumental composição poética, Vozes D´África (1868), em que se traduz a agonia de uma alma em busca de liberdade, frente aos horrores e à hediondez da escravidão.
          Deus é tão grande que precisou do infinito de Si mesmo para concebê-lo. Só mesmo com uma percepção clara da eternidade, como se isso fosse possível a nós, pobres mortais, seríamos capazes de referi-lo. Para tê-lo, numa relação efetiva, no entanto, a Bíblia nos fornece localização e caminho.
          Deus está nos céus – céus no plural, o mais abrangente do imaginável –, mais que uma localidade mensurável ou assim concebida pela mente humana;  céus-condição, céus-estado, céus, a própria essência, potencialmente divina – ambiência marcada pela presença grandiosa do Eterno e inexplicável. 
          Deus está no templo, seja no seu trono eterno, seja pela aba de suas vestes, na visão transformadora de Isaias capítulo 6. E lá estava Ele num “alto e sublime trono”. Veja-se: o templo não pode conter Deus, mas a sua glória o enche. Essa percepção plenificou a vida do profeta messiânico.
          Deus está em Cristo e Cristo é o caminho (Jo 14.6). É o Jesus Emanuel, Deus conosco, de Mateus 1.23. E Cristo está em nós, porque Ele é Deus e é homem. É a culminância da revelação. Deus se reduz no Filho, Verbo feito carne, ao tomar a forma de homem (Jo 1.14; Fp 2.5-8).
          É dessa maneira que Deus cabe na convivência conosco, cabe num gesto amorável, cabe num milagre, cabe numa prece, cabe numa cruz, que, por ser Ele Deus, é, a cruz, morte e vida; cabe no coração de um pecador que se arrepende e a Ele entrega a vida.
          Por fim, Jesus nos diz: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20).
          Deus, onde estás? Resposta: Se Cristo está conosco, Deus está conosco!     É só fazer do nosso coração e da nossa vida um lugar propício para a sua habitação.

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