sábado, 1 de outubro de 2011

O MAIOR DOS MANDAMENTOS



          O texto sinótico (sinótico porque presente nos três primeiros evangelhos), de onde colhemos esta reflexão, é Mc 12.29-31. Jesus responde indagação de um dos escribas. Embaraçado por Jesus sobre o problema da ressurreição, testou-o outra vez: “Qual é o principal de todos os mandamentos?”.
          Com invulgar lucidez, Jesus diz qual é o principal e o maior. Tudo começa por se reconhecer a unicidade de Deus – “Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!”. Jesus cita Dt 6.4, 5. É o Antigo Testamento referendando o Novo ou vice-versa. Não há termos de comparação. Simplesmente não existe outro Deus! Ele é único. Sem paralelo.
          O ensino do Mestre tem desdobramentos antológicos! É que é impossível a alguém conhecer o “único”, sem amá-lo com pureza – de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento, de toda a força. Cf. Jo 14.15, 21, 23, 24; 15.10. E, por arremate: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4.8).
          Nada do potencial humano, das disposições da vontade, de um ato irreversível do espírito, há de ficar de fora. É tudo de tudo! Ou o todo do que somos.
          E mais, ensina o Divino Mestre: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. João, o apóstolo do amor, em suas epístolas universais, adverte que é impossível a um filho de Deus, uma vez aborrecendo o seu semelhante, amar a Deus de verdade. Não somos, todos, “imagem e semelhança de Deus”? (Gn 1.27).
          Pois bem! O maior mandamento é aquele que une seres humanos entre si, independentes de uma relação especial; une o céu à terra, porque entrelaça Deus e os homens. É o amor que trouxe Deus até nós e nos leva até Ele.
          “Não há outro mandamento maior do que estes”, disse Jesus.
          Estes, porque a questão envolve o nosso todo.

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