“Chamou o Senhor Deus ao homem
e lhe perguntou: Onde estás?” (Gn 3.9)
De começo, a experiência adâmica é paradisíaca. Deus criou o homem e o pôs num paraíso construído para ser o seu lugar de habitação. “Plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia criado” (8). Ao homem caberia cultivar e guardar tudo (15), mas esse homem esqueceu-se de se cultivar e de se guardar na presença de Deus. E foi expulso do paraíso (23).
O capítulo 3 de Gênesis narra a história trágica da queda humana como consequência de sua transgressão. Deus não compactua com o pecado, ainda que receba e abrace o pecador. Não há comunhão da luz com as trevas. Deus é luz. As trevas simbolizam a tragédia do pecado que entrou na vida humana. No entanto, Deus continua buscando o pecador para restaurá-lo: “Adão, onde estás?”. Na verdade, Deus sabia onde Adão estava, pois que conhecia o Éden como a palma de sua mão.
Deus não nos procura pela nossa localização, mas pela nossa condição. Seria assim: “Adão, como estás?” Como está tua vida espiritual, tua comunhão comigo como está? Como te sentes moralmente? E Adão respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” (10). Despido diante de Deus, e não apenas fisicamente... É despido de verdade na vida, de coerência em matéria de fé, despido de capacidade moral. Despido!... Restou-lhe esconder-se.
Em pecado, fica difícil encarar a santidade de Deus. A reação primeira é fugir. Foi o que o Apóstolo Pedro fez em dois momentos bem marcantes. Primeiro, no mar, pescando, despido. Então viu o Senhor ao longe. Correu, vestiu-se e, a nado, foi ao seu encontro (Jo 21.7). O segundo momento é mais dramático e ocorre também no mar. É o fenômeno da pesca maravilhosa (Lc 5.1-11). Pedro, admirado diante do poder de Jesus, prostrou-se-lhe aos pés e suplicou: “Retira-te de mim, porque sou pecador” (8). Há certo descompasso na vida do irrequieto apóstolo...
É certo que o pecado não resiste à presença todo santa do Senhor. Adão escondeu-se, mas de nada adiantou. Deus o buscou onde e como ele estava. Pedro, sob peso esmagador, tentou livrar-se, de alguma forma. Mas é certo que Deus não desiste de nós. Ele nos ama de uma forma indescritível, e nada “poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.39).
Onde estivermos, e como estivermos, Deus nos alcançará. Isto é amor.
Ótima mensagem! quero fazer uma pregação sobre onde o homem está e essa reflexão me ajudou bastante.
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