sábado, 1 de outubro de 2011

A GRAÇA EM PEDAÇOS


A graça de Deus, pela qual os seres humanos somos salvos (Ef 2.8), é plena, é suficiente,   é universal, no sentido de que é destinada a todos. Não há uma graça especial para determinados pecadores..., até porque “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e “Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos” (Rm 11.32, cf. 3.9; Gl 3.22).
            A graça de Deus é una e indivisível. Tem um único propósito: resgatar o ser humano de seu pecado e levá-lo de volta a Deus por Jesus Cristo. Una como Cristo é um só – “Tudo em todos     (Cl 3.11). A identificação do ser humano com a graça se faz na entrega da vida a Cristo. Daí em diante Cristo dirige a vida toda.
            A ótica bíblica não vê graças especiais oferecidas em momentos especiais. O convite essencial do Evangelho é para que o ser humano se chegue a Deus por Cristo. Pronto. Isto resolve tudo! Em expressões radicais, como: “nascer de novo” (Jo 3); “passar da morte para a vida           (Jo 5.24), entre outras do mesmo teor.
            Nossa tese é a de que nós entregamos a vida a Cristo e, com isso, sua graça cobre nossa vida inteira. O que é abençoado é a vida do filho de Deus, não são aspectos isolados dessa vida, de modo a fragmentar nossa relação com o Senhor. A graça de Deus não pode ser distribuída em retalhos... Isso produziria o risco de se criar na vida alguns “aspectos sagrados” e outros, “secularizados”.
            Há alguma base bíblica para este princípio? Vejamos o Salmo 1º – o homem em sua relação com Deus é comparado a uma árvore plantada junto a corrente de águas (são os rios de água viva de Jo 7.38). Resultado: dá o seu fruto na estação própria, suas folhas nunca murcham e tudo com que se envolve prospera. É um processo natural. Vejamos Mt 6.33 – busca-se primeiro o reino de Deus e a sua justiça; as demais coisas virão naturalmente, em forma de bênçãos. E que dizer do ensino do Cristo, em Jo 15 – os ramos e o caule? O princípio não poderia ser outro: quem está em Cristo produz frutos, de modo absolutamente natural, como um galho de árvore ligado ao seu tronco.
            Vistas estas questões, torna-se inconcebível, à luz da Bíblia, o que se tem ensinado por aí: bênçãos engendradas com uma oração e promessa, em troca de uma oferta a elas correspondente. O ensino da Palavra de Deus aponta outro caminho: investir a vida em Cristo. Só a partir dessa entrega é que se pode falar de verdadeira relação com Deus.
            Foi assim que o salmista Davi ensinou: “Entrega o teu caminho (vida) ao Senhor; confia nele, e o mais ele fará” (Sl 37.5). Já o filho de Davi, Salomão, entendeu: “A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).

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