Os desapontamentos vêm e vão na vida. São parte da vida. Não aceitá-los não nos livra de seu assédio... Quando menos esperamos, lá vêm eles, sorrateiros, inclementes...
Ontem vi o mar: um cenário soberbo, à noite; suas ondas, que vão e vêm são um retrato magistralmente pintado da vida.
A Bíblia nos conta a história de Jesus na cruz. Como parte de seu suplício, uma coroa de espinhos. Nada mais irônico: uma coroa de espinhos!... Era a forma mais sarcástica de aclamá-lo Rei. Não foi uma coroa de ouro e pedras preciosas, destas que singularizam reis e rainhas, que morrem como qualquer mortal.
De uma leitura-bálsamo, numa hora bem precisa, um texto bastante real sobre nossa vida terrena – “Todas as pessoas possuem seus espinhos espirituais, sociais, emocionais que estão machucando, incomodando, causando uma profunda dor. Não há nada, não há lugar, não há situação em que você esteja totalmente bem. Mas Jesus já levou seus espinhos, seus vazios existenciais, na cruz; não há mais razão para você estar vivendo esta tragédia. Este desconforto de não ter lugar, de não ter posição na vida, porque onde quer que você vá, o íntimo dói. Tudo isto pode acabar na cruz. A coroa de Jesus era de espinhos”.
Todas as desordens da vida já foram absorvidas por Jesus, na cruz, e para que nos sintamos aliviados de nossas dores, é necessário apenas que lhe entreguemos nossa vida e nossa alma (alma aí pode ser entendida como síntese da vida inteira). Observe-se que falamos de entrega, que pode começar com uma confissão sincera de tudo que está dentro de nós e nos incomoda. É esta a melhor maneira de nos livrarmos dos fardos que carregamos na vida.
Mas é preciso entender que Jesus não é um amuleto, “um talismã enfeitiçado, um patuá, uma vacina”. Não! Jesus não é um “automático”. Jesus é o Senhor. É preciso que vejamos Jesus na verdade do que Ele é. É aí que aceitamos inclinar-nos diante dele, com a humildade de quem se arrepende e faz confissão.
Confessar-lhe nossos espinhos... A Bíblia ensina que nos devemos arrepender de nossos pecados (pode chamar espinhos), porque, afinal, fomos nós quem encravou estes espinhos na vida.
Também temos nossa coroa, de “espinhos”; por vezes sentimo-nos cravados de espinhos, de cardos, de abrolhos. Somente quando nos confiamos por inteiro ao Senhor é que somos sarados de todos os nossos ferimentos.
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