Or-Ação – não é oração rápida, meteórica, “oradinha”, de que me censurou, certa vez, meu filho Flaubert, ainda pequeno – “meu pai, que oradinha?!”
Quer-se ressaltar o caráter ativo da oração, pois oração é para além das meras palavras. Por vezes, a oração se perde num verbo desenfreado e inconsciente.
Na medida em que Deus e o homem, de fato, se encontrem, a oração acontece. Nada mais que forma...
Quantos valem as palavras que dizemos a Deus em nossas orações? O que significam? Que propósitos carreiam?
O que de fato queremos, quando oramos? Receber ou oferecer? Glorificar a Deus ou aparecer como bons oradores?
Qual é o nível de compromisso de nossas palavras na oração? Apenas desfilamos propósitos elevados – crescimento da Igreja, da causa em geral, santificação do povo, a salvação do mundo, a vitória sobre o pecado, a felicidade das famílias, a paz em nosso coração, tantas outras questões, genéricas ou específicas –; ou nossas palavras efetivamente traduzem o que queremos fazer?
Qual é o alvo principal de nossas preces: Deus e o Seu Reino, ou nós mesmos e nossos deleites? É Tiago quem nos denuncia (4.3) – “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites”. Oração sem resposta, é a consequência dessa busca inconsequente.
Outras denúncias: Honrar com os lábios e não com o coração (Mt 15.8, evocando Is 29.13); Muitas orações, mas com as mãos manchadas... (Is 1.15); Oração sem vida (2 Cr 7.14, 15). Há muitos exemplos dentro da Bíblia.
Oração e vida consagrada são inseparáveis.
Or-ação – esta formulação trata do desejo expresso na sinceridade do coração e das palavras e do caráter ativo da oração, traduzindo nossa fidelidade a Deus.
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