sábado, 1 de outubro de 2011

ATÉ QUE...


“Até que todos cheguemos à unidade da fé
e do pleno conhecimento do Filho de Deus,
à perfeita varonilidade,
à medida da estatura da plenitude de Cristo”
(Ef 4.13)


          “Até que...”, não se trata de uma simples circunstância adverbial de tempo, é bem mais que isto; é um desafio, e dos maiores, como jamais se tem visto em qualquer literatura.
          Não se trata do desafio de apenas superar limites humanos, é beirar limiares do próprio Deus, se é verdade que cremos no Cristo como Deus. E cremos, até porque não há razão para não crer.
          A “unidade da fé” ocorre em nossa esfera; é só unir-nos na mesma fé – “uma só fé” (Ef 4.5). Isto é possível quando todos se firmam no mesmo Senhor. “Pleno conhecimento...” – não seria pretender muito, querer o homem esgotar toda ciência a respeito do Filho de Deus? Mas é desafio, e desafio pequeno apequena o homem, amesquinha-o. Não convém, pois. “Plena varonilidade...” – o Filho de Deus é o Varão Perfeito (1 Co 13.10) que confronta nossa finidade. Esbarramos em nós mesmos, em nossos limites próximos. “Estatura da plenitude de Cristo” – ou Paulo chegou lá, o que é de todo improvável (Fp 3.14), ou disso teve ideia (2 Co 12.4).
          A nós, pobres mortais hodiernos, resta o “Até que...” É a nosso favor, verdade seja, para que não pensemos de nós mesmos mais do que convém (Rm 12.3). Enquanto houver desafio, saber-nos-emos os “ainda não” – O HOMEM é o ser e o não ser, o pensar e o ainda não. O aspirar pelo ter na repulsa do não. O pulsar do existir, Duvidar do antever, Mergulhar no eu sou, Se afogar no não ser. – Eu sou o ainda não De mãos dadas com a vida.
          Até que...” (e tantos aspectos práticos de nossa vida cristã poderiam ser aí incluídos) – até que nos amemos de verdade, até que sejamos realmente fiéis, até que nos tornemos homens e mulheres de oração, até que amemos profundamente a Palavra de Deus, até que nos façamos testemunhas de Cristo, até que nos tornemos imitadores de Cristo (1 Co 11.1), até que tenhamos o sentimento de Cristo (Fp 2.5), até que todos “cresçamos na graça e no conhecimento do Filho de Deus” (2 Pe 3.18), “até que...”, até... até...

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