Com este tema, damos sequência a uma série de pequenos artigos sobre oração. Há certa ousadia em tentar dizer muito falando pouco sobre tema inesgotável.
Oração não é falar? Sim e não. Em Ana, mãe de Samuel (1 Sm 1.13), é não-falar – “Porquanto Ana falava no seu coração; só se moviam os seus lábios, e não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada”.
Voz sem voz, porque voz da alma. Foi assim a oração de Ana. Oração provinda de um espírito atribulado. Oração sentida, que compartilhava a vida toda.
Diferente da oração do fariseu, de Lc 18.11. Só palavras. Inclusive, palavras de depreciação do pobre publicano.
Então, orar pode não consistir só de palavras. Nem sempre tem de ser palavras. Pode não ser palavras e ser profunda oração. É um contato espiritual.
Por que fechar a boca? Porque a boca costuma dizer o que não deve, quando a mente não é bem usada. Mas, é simplesmente fechar a boca, deixar de falar, na oração? Não! É promover a antecipação da mente. Nossas palavras devem ser bem pensadas, mormente quando falamos com Deus.
Se não temos consciência das implicações do que dizemos, melhor mesmo é não dizer nada – “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não pagares” (Ec 5.4, 5).
Valha-nos o princípio, que se aplica a qualquer relação divino-humana; na oração, principalmente.
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