segunda-feira, 3 de outubro de 2011

“A INTIMIDADE DO SENHOR”

                                                                        “A intimidade do Senhor é para os que 
  o temem, aos quais ele dará a conhecer
  a sua aliança”  (Sl 25.14).

            O texto em epígrafe é destacado de uma das orações de Davi, em que ele suplica o auxílio divino. Suplicar por auxílio é indicação certa de que não nos concebemos sem a proteção de Deus. Permite-nos, ainda, entender que e quanto somos pequenos, impotentes, até, para gerir a própria vida. Para nos elevarmos a tanto, necessário se faz investir na virtude da humildade. Humilde não é aquele que assim se proclama. Humilde é aquele que se inclina diante do Altíssimo e o adora. Adorar é inserir-se na alma de Deus.
É justamente quando assim nos havemos, que Deus nos acolhe e nos encaminha para os seus elevados propósitos. Se vivemos enxovalhados pela soberba, dificilmente teremos ânimo para buscar a Deus numa oração de confissão. A humildade é “o mais perfeito conhecimento de nós mesmos”, escreveu São Bernardo. Não somos luz de nós mesmos. Nem mesmo astros que engalanam o Universo arrogam-se elevados méritos em exibir suas virtudes. As estrelas brilham mais quando as noites são mais densas.
Há na Bíblia figuras memoráveis que jamais se atribuem autossuficiência. Paulo, por exemplo: “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (2Co 3.5). Moisés tinha especial sentido da importância de Deus em suas jornadas: “Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar”  (Êx 33.15). À oração mosaica pela Soberana Presença, Deus se antecipa:          “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (14). Salomão, com admirável lucidez, exorta: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).
É preciso buscar uma relação mais íntima com Deus para que tenhamos uma segurança mais completa. “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, firme está para sempre” (Sl 125.1). Diz a Escritura que “Todo aquele que nele crê não será confundido” (Rm 10.11). É Paulo, evocando Is 28.16. Confundem-se aqueles que não comungam com quem é a verdade.
Mas, certamente, nenhum texto trata melhor de nossa intimidade com Jesus, com Deus, que João, capítulo 15. É o relato da videira e dos ramos. O verso 5 enfeixa todo o seu conteúdo: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.
Estar ligado a essa videira..., nada se lhe compara.

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