O texto de Marcos 9.24 trabalha com forças antagônicas: Fé e Incredulidade. Antagônicas e diametralmente opostas.
“...Creio! Ajuda a minha incredulidade”, foi como se expressou, diante de Jesus, o aflito pai de um menino epiléptico.
Jesus se vale do episódio para exortar seus discípulos acerca da incredulidade. É que, sendo o moço possuído por um mau espírito, não puderam os discípulos expulsar o intruso.
Depois quiseram saber: “Por que não pudemos nós expulsá-lo?” (Mc 9.28). Muita oração seria necessária, não só para um ato isolado, mas para nutrir a vida cristã inteira.
Mas voltemos ao antagonismo. Como pode alguém crer e não crer ao mesmo tempo?
É que por vezes fazemos Deus do tamanho da nossa percepção, ou do nosso conhecimento. Como o patriarca Jó, no passado: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te contemplam” (42.5).
O que sabemos sobre Deus é infinitamente menor do que Deus. É de se imaginar como o pai do menino enfermo ficou perplexo ao contemplar o Senhor – não o conhecia como é de fato.
Marcos diz que ele chorou diante de Jesus. Mateus, que ele se ajoelhou. Lucas, que ele clamou. Emoção, consciência e súplica.
Seja como for, ele se expôs a Jesus Cristo.
Fé é, também, expor-se ao Senhor.
Sem reservas.
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