“PERSEVERAI NA ORAÇÃO”
“Alegrai-vos na esperança, sede
pacientes na tribulação, perseverai
na oração” (Rm 12.12).
Dos três enfoques, elegemos, nesta reflexão, o terceiro, até por entender que a oração é o alicerce e o poder sustentador de todos os valores e de todas as virtudes da vida cristã. A falta de oração constitui-se a maior lacuna na vida de um cristão. É como se recusar a estar, reverente e genuflexo, diante do Senhor Todo-Poderoso. É como dizer: “Não tenho fé”, pois “a fé deve ser praticada pela oração, a fim de se manter viva” (Leonard Ravenhill). Não é por acaso que Deus mesmo se admira de não haver quem ore (Is 59.16).
Samuel Chadwick escreveu: “Não há nada mais poderoso que a oração perseverante – como a de Abraão pleiteando por Sodoma; como Jacó lutando no silêncio da noite; como Moisés permanecendo na brecha; como Ana, embriagada de tristeza; como Davi com o coração quebrantado pelo arrependimento e pela dor; como Jesus suando sangue. Acrescente a essa relação, a partir dos registros da história da Igreja, sua própria observação e experiência pessoal, e sempre haverá o custo da paixão até o sangue. Essa é a oração eficaz que transforma mortais comuns em homens de poder. Essa é a oração que traz o poder, que traz o fogo, que traz a chuva. Ela traz vida, ela traz a presença de Deus”.
A oração é a via relacional mais efetiva e mais eficaz para conhecermos Deus, pois não apenas nos permite falar sobre Ele e seus atributos, mas, sobretudo, falar com Ele, numa relação de amigos, sem reservas; um falar face a face, sem obstáculos, sem circunlóquios (rodeios), sem cerimônia e sem formalismos.
Só mesmo Deus sabe por que nos submete a esperas que parecem não ter fim, a lágrimas incontidas, a humilhações e afrontas. No seu fim, tudo traz à tona o valor da persistência ante a face soberana do Altíssimo. E tudo fica esclarecido. Quando controlamos nossa agenda pelo calendário de Deus, as coisas acontecem como e quando devem acontecer. Serão atos de Deus e atos de Deus nos abençoam e nos plenificam.
Se nos faltam ânimo e vigor para orar; se o nosso coração está desmotivado, já não arde; se a nossa alma perdeu a sensibilidade e a nossa mente perdeu a percepção de que Deus é presença certa em nossa vida, se o buscamos – “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13) –, talvez tenhamos perdido o rumo, e precisamos suplicar: “Senhor, ensina-nos a orar”. Ele, outra vez, nos abrirá o caminho.
Recife, 28.11.2011
Válter Sales
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