PERMANECER EM CRISTO
"Se permanecerdes em mim, e as
minhas palavras permanecerem em
vós, pedireis o que quiserdes, e vos
será feito” (Jo 15.7)
Orar é mais importante que não orar – não pode haver conclusão mais lógica. Ter uma vida de oração é uma coisa. Não tê-la é outra, completamente diferente. Oração é uma vida de mão dupla: há o caminho da ida, porque, orando, nós vamos a Deus; há também a faixa de retorno, porque, quando oramos, Deus vem ao nosso encontro. Oração é, pois, o encontro de Deus com o homem. Referimos aqui dois fatores: a Oração e a Palavra. São irredutíveis na comunhão com Deus.
As condições para que esse encontro divino-humano aconteça são claramente expostas por Jesus Cristo – “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”. Tudo está efetivamente delineado: nós nele e Ele em nós. O encontro com Deus só acontece quando essas duas evidências se instalam em nossa vida.
É Jesus Cristo quem está assegurando, dando a garantia. Ele está falando aos seus discípulos. Em Jesus, Deus já veio. É concreta, portanto, a possibilidade de sua Palavra permanecer em nós. Falta apenas a nossa parte – “Se vós permanecerdes em mim”. O que nos falta é buscar Deus na vida e para a vida. Qual será a consequência dessa busca? Receber suas bênçãos: “... pedireis o que quiserdes, e vos será feito”. Não haverá o risco de pedir em desacordo com o seu caráter, se estivermos nele. Então Ele nos ouvirá.
A virtude da persistência se conquista ou se alcança na prática, sistemática e disciplinada, da oração. Nós persistimos e Deus simplesmente nos acolhe, pois é isso o que Ele deseja de nós – “... porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). O que Deus de fato acolhe é o nosso caráter marcado por sua Palavra. A este, a comunhão é natural. Uma das dificuldades da nossa vida é a incapacidade de persistir, até por fidelidade aos nossos propósitos. Permanecer na oração e na Palavra é realizar propósitos de Deus para nós humanos. “Nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (Apóstolos, At 6.4).
Precisamos nos aprofundar em Deus para conhecê-lo, e não só pela via do intelecto, mas por meio de uma experiência pessoal com Ele. O cristão em atitude de verdadeira adoração emerge da profundidade para a grandeza. Para ele, o sentido da adoração será sempre elevação, às alturas, à infinitude, ao trono Eterno e Santíssimo, onde Deus habita.
Recife, 09.12.2011
Válter Sales
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