ORAÇÃO – CANAL DA GRAÇA
“Deus vem e fala – Sua Palavra nos
surpreende no pecado, nos encontra
no desespero, nos invade por meio da
graça” (Eugene H. Peterson)
Tem-se confundido oração com a prática de dizer coisas a Deus. Parece-nos haver certa intenção de Jesus em corrigir esse equívoco, em Mt 6.8 – “...Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”. Ora, se Deus sabe, e quem o afirma é Jesus Cristo, podemos descansar em seu conhecimento, sua boa vontade e sua provisão. Eugene Peterson, depois de afirmar que Deus nos surpreende por sua palavra, diz-nos também que “o essencial na oração não é o fato de aprendermos a nos expressar, mas de aprendermos a responder a Deus”.
Temos aqui um revolucionário conceito de oração: responder a Deus. Responder, por que na oração Ele nos revela sua vontade. Oração é comunhão a esse nível. Como dizem os psicólogos da religião, “um cristão amadurecido ora não para pedir alguma coisa, mas para comungar com Deus”. Portanto, não seja a hora da oração uma experiência sofrida, mas alegre comunhão com o Deus de infinita bondade. É comprovar em nosso viver o que Ele realmente é. É deixar Deus revelar-se.
Enquanto nutrimos nossa ansiedade, interferimos na ação divina, dentro do tempo e das condições por Deus estabelecidas. Deus não trabalha com medidas humanas, nem se confina ao espaço que criamos para as circunstâncias da vida. Quanto tempo queremos dar a Deus para que Ele resolva as nossas questões, por vezes as mais comezinhas? Exemplo: algo que nós mesmos deveríamos resolver, mas atribuímos a Deus, como se fôssemos gestores seus. Resultado: Deus não o faz porque é tarefa nossa, e nós não o fazemos porque abrimos mão de um dever nosso. Fere-se o princípio da fé genuína e coerente, e sucumbimos no desapontamento.
Podemos pecar indicando caminhos a Deus. Na verdade, o que temos de fazer é seguir o Caminho, que é Jesus Cristo, o Emanuel – Deus conosco. Para conformar nossa vida com Deus é preciso passar por Jesus, seu Filho Eterno. Paulo afirma que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). E o próprio Jesus declara: “Eu sou o caminho..., ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
A fé que se nutre na oração vai repercutir no dia a dia, na vida prática, nos afazeres ordinários. Quando nos firmamos em genuína fé, “Deus vem e fala – Sua Palavra nos surpreende no pecado, nos encontra no desespero, nos invade por meio da graça”.
Recife, 07.12.2011
Válter Sales
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