A MAIOR DESCOBERTA DE MOISÉS
Moisés viveu três períodos bem distintos de quarenta anos. Os primeiros quarenta foram vividos inicialmente na companhia de sua mãe, Joquebede, mulher de inelutável grandeza, porque de rara humildade e profunda esperança. A mãe de Moisés foi uma dessas figuras humanas que se tornam canal natural da graça libertadora do Senhor, Sábio e Poderoso. Depois, já desmamado, Moisés foi entregue à filha de Faraó, que o criaria como filho, identidade que ele rejeitou, já adulto e especialmente dotado de um elevado senso de justiça.
Os segundos quarenta anos foram vividos nos desertos de Midiã, na companhia sacerdotal de Jetro ou Reuel. Aí, toda cultura politeísta se diluiu numa consciência apurada na fé monoteísta. Moisés aprendeu a cultuar ao Deus único e verdadeiro. Nesse segundo período ele construiu seu lar e ouviu o chamado de Deus para voltar ao Egito, de onde fugira, e libertar os filhos de Israel.
Os terceiros quarenta anos foram de saída do Egito e peregrinação pelo deserto até Canaã. Se Deus não tivesse introduzido o seu povo na Terra Prometida, agora pelas mãos de Josué, a grande vitória teria sido de Faraó e do Egito, é o que depreendemos de Dt 9.28 – “Para que o povo da terra donde nos tiraste não diga: Não tendo podido o Senhor introduzi-los na terra de que lhes tinha falado e porque os aborrecia, os tirou para matá-los no deserto”.
Três períodos bem distintos, cada qual com suas importantes marcas. O pregador inglês Frederick Meyer, citado por Elben César, faz um resumo do pensamento de Moisés nesses três períodos de sua vida: “Nos primeiros quarenta anos, Moisés pensava que era tudo; nos segundos quarenta anos, dizia que não era coisa alguma; nos últimos quarenta anos, Moisés descobriu que Deus era tudo”.
O momento culminante de nossa vida ocorre quando fazemos essa descoberta. É a única possibilidade que um ser humano tem de se agigantar. O grande momento da vida é aquele em que nós nos libertamos de nossa autossuficiência e nos ancoramos na suficiência de Deus, como o Apóstolo Paulo, em 2Co 3.5 – “Não que por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus”.
Descobrir Deus, real como é – eis a grande descoberta que qualquer ser humano pode fazer! Deus não se esconde de nós.
Recife, 18.11.2011
Válter Sales
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