domingo, 13 de novembro de 2011

DEUS NO CENTRO DA VIDA


                                                                                  “Todos os caminhos do homem são
puros aos seus olhos, mas o Senhor
pesa o espírito” (Pv 16.2)


            Por espírito aqui, entenda-se “caráter ou disposição moral”. Quando Salomão diz que “o Senhor pesa o espírito”, simplesmente sequencia a ideia esposada no verso anterior (Pv 16.1), pela qual aprendemos que a resposta certa não é sempre a que atende aos planos do coração humano, por vezes enganoso e corrupto (Jr 17.9), mas a que se coaduna com os pensamentos e planos sábios da mente divina. A justiça própria pode satisfazer ao homem, mas Deus é o juiz final de todas as coisas.

            Todos os caminhos que o ser humano traça para si mesmo, “são puros aos seus olhos”, mas as intenções do seu coração são avaliadas por Deus. E nada se lhe escapa!. Por conseguinte, todos deveriam ser entregues ao Soberano Senhor, literalmente, “rolados sobre” Ele. Podemos buscar apoio na Escritura: Sl 37.5 – “Entrega o teu caminho ao Senhor...”; “Descansa no Senhor e espera nele” (7).  Pv 3.5 – confiar em Deus de todo o coração e não confiar em si mesmo. Paulo ensina que quem nos julga é o Senhor (1Co 4.4).

            Nós traçamos nossos caminhos e fazemos declarações de perfil categórico, mas o destino de nossas vidas, o sentido de nossas ações, a última palavra mesmo é de Deus, que “declara”, literalmente “declara” sobre nós, do alto de sua infinita sabedoria e seu inescrutável ser. Aqui associamos Tg 4.13 – “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos o ano, e negociaremos, e teremos lucro”. Que se nos recomenda? “Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (15).

            Quando inclinamos nossa mente diante do Altíssimo, Ele nos edifica, constrói uma nova vida, uma nova realidade, um novo sentido existencial. É aí que começamos a entender que com Deus no centro de nossas decisões, tudo faz sentido, tudo dará certo. Nossa entrega a Ele comporá a certeza de que em nós “Ele faz tudo bem” (Mc 7.37).

            Não são os nossos argumentos, menos ainda a nossa ansiedade, que vão determinar o modo de Deus agir. Ele agirá pelo que é, por sua natureza e caráter. Assim, no final de tudo, a solução será de Deus, o mérito será seu, a glória será sua, não nossos. Não há homens poderosos na oração. Há orações feitas por pessoas vulneráveis, ao Deus Todo-Poderoso, para que a glória e o poder sejam de Deus e não nossos.


                                                                                  Recife, 27.10.2011
                                                                                      Válter Sales

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