Oração não é uma prática circunstancial. Oração é devoção
– sentimento religioso próprio de quem vive uma experiência de caráter
permanente. O substantivo fomenta o verbo devotar, de que se inferem o
oferecimento em voto, a dedicação, a consagração, o tributo. Essas acepções percorreram
toda a Idade Média sem descurar de seu sentido estrito, rigoroso e exato. Transcendem
épocas, nutrindo a adoração de sucessivas gerações. São hoje ainda pertinentes.
Oração é, assim, o comportamento do cristão. Independe do
momento. Está no espírito da comunhão divino-humana. Pode ocorrer a qualquer
hora, em qualquer circunstância, pois que é prática do espírito. Se nessa
prática nós desvanecemos, nalguma ocasião, o Espírito não apenas nos induz,
como nos ensina a orar da forma como convém (Rm 8.26). Fá-lo com a força das
próprias entranhas, é assim que Paulo expressa seu empenho e seu afã de nos
tornar orantes naturais.
A lógica nos leva a mais uma inferência: é aí que a alma
se desnuda diante de Deus. Derrama-se. Desvencilha-se de quaisquer óbices.
Faz-se oblação. Permite-se perscrutar até os limites últimos. “Como poderia eu
ausentar-me do teu Espírito?” – indaga o salmista Davi (Sl 139). Aquele que
sonda nossos corações e pesa nosso espírito, também conhece nossos
recônditos... Ele vai aonde não vamos e penetra naquilo em que nem nós mesmos
nos conhecemos.
Que nos resta, senão prostrar-nos diante dele, em absoluta
e desimpedida genuflexão, sem as amarras do tempo, sem as demandas
neurotizantes da vida moderna, nos grandes centros? Ora bem quem ora sempre,
aquele que tem em si essa vocação. É a oração no espírito, a verdadeira oração,
na qual, por vezes, o Espírito fala mais que o homem. É nesse nível de comunhão
com o Altíssimo que todas as posturas formais e toda preocupação estética se
diluem.
Em suma, oração é Deus presente em nossa postura
adoradora. Ninguém é solitário enquanto ora. Assim, podemos afirmar que a
prática da oração não é pontual, pois é comunhão com Deus. Lembra-nos a
asseveração dos chamados psicólogos da religião, que um cristão amadurecido ora
não para pedir alguma coisa, mas para comungar com Deus.
Pois, oração não pode ser prática de gente apressada...,
acossada pelas circunstâncias. Orar é estar com Deus. É descansar em Deus. É
debruçar-se nos braços do Senhor e aí ficar. É senti-lo num aconchego de Pai. Oração
faz-se com a dinâmica da vida. É sua demanda principal.
Recife,
26.09.2015
Válter Sales
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