domingo, 24 de abril de 2016

SAIA DO LUGAR COMUM (Pr. Sergio Dusilek)



Que tipo de pessoa você é? Um observador externo pode pensar em você como alguém que vive uma normalidade, um padrão? Ou você e daqueles que se ligam em novidades? Em outras palavras além da sua digital, íris do olho e saber que Deus o criou de modo singular, há algo mais em você ou na sua ação que faz com que você seja notado? Não falo aqui em excentricidade. Falo em ousar sair do lugar comum.

Lugar comum pode ser uma simples acomodação. E quando Não mudamos uma realidade (ou mesmo de realidade) pelo simples fato de Não querer algum desgaste maior. Não queremos trabalho, chateação, tensões oriundas do “novo”… ficamos acomodados. Deixamos de explorar o mundo, de aproveitar oportunidades de viver novas experiências. A acomodação e uma espécie de trancafiamento da vida. Um deixar seguir um curso “normal”. Por isso se torna um lugar comum. Interessante que as grandes experiências da Bíblia (como bem destaca David Wong em Alem dos Limites) aconteceram fora da zona de conforto. Parece que a fé tem algo haver com mobilidade, abertura para o novo, certeza da companhia de Deus em meio a imprevisibilidade que os “caminhos invisíveis da fé” (como bem dizia Rubem Amorese) normalmente nos conduzem.

A ausência de reflexão também pode ser considerada como lugar comum. Fazer o que sempre se fez, ou o que sempre foi feito, sem pensar e no mínimo atestado de preguiça intelectual. Viver um conservadorismo sem nem saber o que e ser conservador e se condenar ao lugar comum. Pelo menos para adotar os valores dos outros que haja um mínimo de reflexão, para que seja seguida por uma escolha. Se vamos viver com a moralidade da maioria, como dizia Nietzsche, que seja por opção e Não por repetição. Ministerialmente falando, não faca uma coisa porque outros a fizeram. Não seja um pastor, um lider que repete o que viu, a não ser que seja fruto de deliberada escolha por sua parte. Lugar comum e não questionar a herança que recebeu.

Outro componente do lugar comum e a imitação. Se a falta de reflexão tende a perpetuar a herança recebida sem ao menos se saber “os porques” disso, os que desprezam a herança em nome da novidade reproduzem o que recebem. Ha tanta falta de reflexaão numa apropriação a critica conservadora como no mimetismo da novidade. Em ambos o “lugar comum” acaba sendo o porto ou o destino final. Só muda a perspectiva dependendo da linha. A fébre pelo novo conduz a um lugar comum: o do produto consumido. Não se trilha caminhos de fé, mas se move pelos corredores de um shopping. Querer ser o que Não se e; querer reproduzir o que Não foi fruto de reflexao conduz ao lugar comum.

Interessante, para os adeptos da novidade, o alerta feito pelo consultor Luis Marins em artigo para uma revista de companhia aérea. Ele dizia que os que buscam inovação fazem muito bem; porém os que procuram novidade pelo simples fato de ter o novo acabam infidelizando os clientes. Ao invés de ampliar, as coisas decrescem. Se você Não e fiel com o que oferece, dizia ele, como cobrar fidelidade dos outros? Não busque algo novo somente pela novidade. O novo pelo novo. Se tiver que inovar, inove. Contudo  faca isso debaixo da direção divina e Não da importação simplista e simploria de modelos.

Por mais paradoxal que pareça, nossa sociedade tecnológica que consome coisas novas e impensáveis ate algumas décadas atrás, perpetua o lugar comum. Isso porque lugar comum tem haver com a mente e não com os instrumentos que utilizamos no viver. Sair do lugar comum e mudar a percepção da vida, o foco das coisas, e ver de um jeito diferente, espiritual, refletido. Sair do lugar comum envolve mais do que reflexão, envolve abstração: e preciso se ver, se projetar de modo diferente. Novamente lembro: sair do lugar comum envolve atitude interior e não parafernália tecnológica exterior. Aliás não seriam as inovações predispostas a nos manterem no conforto e  por isso a tender para a acomodação e o lugar comum?

Não fique no lugar do comum. Nem no caminho da herança acolhida de modo acrítico, nem tampouco no frisom da novidade. Saia do lugar comum, como um dia um paralítico saiu. Sua atenção, no tanque de betesda (João 5), volta-se para Jesus. Ele ousa, sem poder andar, dar  “passos de fé”. Porque saiu do lugar comum, foi salvo e sarado. Grandes experiências com Jesus estão reservadas aqueles que ousam sair do lugar comum. Seja esse lugar comum uma ideologia, um partido de situação, uma “igreja da moda”, uma panela de amigos que não sai do mesmo lugar e não muda a pauta, etc.

Saia do lugar comum! Você foi feito para viver acima da mediocridade.

Pr. Sérgio Dusilek

Filed under: Teologia — sdusilek @ 12:15 am   20/05/2012
 




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